A segurança como ponto central da gestão

A OIT aponta que cerca de 2,3 milhões de pessoas morrem e outras 300 milhões se ferem por ano em acidentes de trabalho.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que cerca de 2,3 milhões de pessoas morrem e outras 300 milhões se ferem por ano em acidentes de trabalho. Ainda segundo a OIT, as perdas econômicas chegam a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e estima-se que o Brasil esteja na 4ª posição dentre os países com o maior número de acidentes de trabalho por ano. Os números impressionam, mas só há uma forma de evitá-los: integrar a segurança e saúde do trabalhador ao planejamento da gestão.

Na dissertação Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho para empresas construtoras, Anderson Benite afirma que um sistema de gestão voltado para a segurança e saúde no trabalho é aquele que possui um conjunto de iniciativas, políticas, programas, procedimentos e processos que integram a atividade da organização, de modo a conduzir suas atividades com ética e responsabilidade social.

É pensando nisso que, quando se fala em qualquer organização, a integridade física do ser humano deve vir em primeiro lugar, ser o valor máximo da empresa acima de todos as outros. Infelizmente algumas ainda enxergam o investimento na área de segurança como uma despesa. Isso faz com que elas pensem mais em produzir a qualquer custo do que em como produzir com segurança. Não são raros os casos de empresa que desejam implementar uma metodologia mais enxuta, como é a lean, mas se esquecem de que é preciso cuidar do trabalhador antes de começar esse novo processo.

Em um artigo para a Época Negócios. o professor da Unicamp e presidente do Lean Institute Brasil, Flávio Picchi, destaca exatamente esse ponto. “Isso é ruim, em primeiro lugar, porque gera altos riscos para a segurança das pessoas, o que torna esse problema algo prioritário para se resolver, além das já tradicionais perdas de qualidade de produtividade”, diz.

Os riscos de problemas ergonômicos, doenças ocupacionais e acidentes podem ser identificados a partir de um controle do local de trabalho, com vistorias planejadas e profissionais especializados. Quando a segurança e a saúde do trabalhador estão associados à gestão da empresa, é uma prática constante assegurar que o local seja adequado para a realização de todas as atividades.

Em seu artigo, Flávio Picchi ressalta que todos os tipos de trabalho possuem formas mais ou menos seguras de ser realizado. “Quando encontramos a forma mais segura de se fazer uma atividade, é preciso tornar isso um hábito e padronizar esse processo. Até que ele seja melhorado novamente”, completa.

Ou seja, de nada adianta atropelar um processo pensando apenas na produtividade. Se as questões de segurança não estiverem resolvidas, as empresas terão problemas. “Essa postura tem de ser propagada nas empresas, influenciando o comportamento das pessoas no trabalho e no seu dia a dia fora da companhia – por exemplo, no trânsito ou em casa”, finaliza Flávio.

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