Hora extra não é sinal de produtividade

Para avaliar como está seu desempenho, o principal indicador não deve ser o número de horas trabalhadas. A qualidade do produto final e o tempo gasto para execução das tarefas são mais importantes. Entenda.

Passar mais tempo na empresa não é sinal de que você está sendo mais produtivo. Para avaliar como está seu desempenho, o principal indicador não é o número de horas trabalhadas. A qualidade do produto final e o tempo gasto para execução das tarefas são mais importantes, pois estabelecem a verdadeira capacidade produtiva.

As jornadas atuais, incluindo as mudanças realizadas pela reforma trabalhista, são pensadas para que as atividades possam ser realizadas dentro das horas semanais estabelecidas. Para isso, porém, é preciso organização. Em um artigo publicado na revista The Economist, em 1955, o professor e pesquisador inglês Cyril Northcote Parkinson apresentou pela primeira vez a Lei de Parkinson. Em linhas gerais, ela apresenta a ideia de que o tempo utilizado para realizar uma tarefa é proporcional ao prazo que você possui para realizá-la.

Ou seja, se você precisa apenas de 30 minutos para concluir uma atividade, mas tem um dia inteiro para realizá-la, você gastará todo esse tempo. Isso afeta diretamente a produtividade, pois somos enganados o tempo inteiro por nós mesmos sobre os prazos. Para resolver esse problema, basta organizar bem suas prioridades, de modo a realizar tudo durante sua jornada de trabalho.

Horas extras x produtividade

Para entender como funciona a relação entre horas extras e produtividade, precisamos voltar à década de 1930, quando o modelo de produção fordista dominava o cenário da indústria. Nessa época, pesquisas mostraram a eficiência das 40 horas semanais, criando um limite que seria seguido até hoje.

Ainda naquela época, observou-se que aumentar esse período afetava diretamente a produtividade dos funcionários – após mais de oito horas diárias de atividades, a taxa diminuía até 75%. Hoje, inclusive, existem movimentos da Europa para diminuir a atual jornada de trabalho, que é de 35 horas semanais, pensando justamente em melhorar a produtividade da equipe.

Um exemplo é a Suíça. De acordo com um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país possui uma das populações mais felizes do mundo e a jornada de trabalho é um fator decisivo para isso, já que não costuma passar das 35 horas semanais. Isso também contribui para a queda do nível de desemprego da população economicamente ativa, com um maior retorno tanto para a empresa quanto para o empregado.

Outro estudo, realizado pelo Instituto Randstad, na Austrália e Nova Zelândia, mostrou que empregados com maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional acabam se mantendo mais tempo nos empregos. Os entrevistados acreditam que trabalhar mais de 50 horas semanais é uma limitação e se sentem desmotivados em empresas que cobram isso.

Ou seja, trabalhar muitas horas além do expediente afeta o desempenho profissional, sendo um mito essa questão da produtividade ligada às horas extras.

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