Infoproletário: as novas relações de trabalho na era digital

A informatização alterou o perfil dos funcionários. 25% atuam na prestação de serviços e isso tem impactado na saúde física e mental do trabalhador.
Infoproletário: as novas relações de trabalho na era digital

Nas últimas décadas, as relações de trabalho mudaram de forma significativa. Se no início dos anos 1990 tínhamos profissionais mais ligados à realização de processos manuais nas indústrias, a crescente informatização alterou de vez o perfil dos funcionários. Hoje, cerca de 26 milhões de pessoas atuam na área de prestação de serviços, o que corresponde a 25% de toda a força de trabalho brasileira, de acordo com dados do Senai. E isso tem trazido impactos diretos na saúde física e, principalmente, mental dos trabalhadores.

O grupo de estudos Metamorfose do Mundo do Trabalho, formado na Unicamp, tem se dedicado a estudar essas questões. Em uma matéria exibida pelo Fantástico no fim de abril, os pesquisadores destacaram as transformações vividas pelas empresas nos últimos anos e mostraram o novo termo usado para designar os trabalhadores atuais: o infoproletário.

“É aquele trabalhador que, em qualquer atividade que desempenha, depende da máquina digital, informacional, do smartphone ou de alguma modalidade de trabalho digital”, conta o sociólogo Ricardo Antunes. É o caso, por exemplo, dos operadores de telemarketing, vendedores de comércios digitais e motoristas de aplicativos.

São trabalhos que exigem alta intensidade, baixo uso da criatividade e pouca capacidade de controle, além de não oferecer nenhum tipo de estabilidade. Ou seja, há mais serviço, menos espaço para crescer e muita pressão. As metas estão cada vez mais altas, os baixos salários precarizam o trabalho e os limites entre a empresa e a vida pessoal estão cada vez mais indefinidos, criando um ambiente com condições ocupacionais perfeitas para adoecer os trabalhadores.

Cuidados para evitar o adoecimento mental do trabalhador

“O impacto da tecnologia é tão brutal que ninguém na sociedade está preparado completamente para trabalhar. Então precisamos ter um processo, que é de nação e construção de todos, para resolver isso. O problema não é a tecnologia em si, é como nós nos preparamos para as transformações que a tecnologia gera”, diz Paulo Mól, diretor de operações do Sesi, na reportagem do Fantástico.

Com isso, novas doenças ocupacionais começam a ser majoritárias. Segundo dados do extinto Ministério do Trabalho e Emprego, por exemplo, os transtornos psicológicos foram alguns dos fatores que mais afastaram profissionais de suas atividades. Somente entre 2012 e 2016, foram registrados 55,3 mil casos de licenças devido a esses problemas, sendo 28 mil por transtorno de ansiedade ou depressão.

“A empresa moderna amplifica o parque industrial, mas reduz o trabalho vivo, que passa a ser polivalente, multifuncional. O trabalhador vive rotinas estressantes por ficar ligado e disponível o tempo todo”, diz o sociólogo Ricardo Antunes, titular da Unicamp, em palestra no Tribunal Superior do Trabalho de São Paulo.

Como conciliar vida pessoal e profissional?

Por ser algo muito novo, os especialistas ainda não possuem uma solução para esse modo de vida. Muito está sendo discutido sobre as características dos infoproletários, mas poucas soluções práticas foram apresentadas. Até mesmo porque, em um mercado tão competitivo e que cobra altas performances a todo momento, esse é um ciclo difícil de ser rompido.

Apesar disso, há algumas atitudes que as empresas podem assumir para evitar o adoecimento mental dos trabalhadores. Oferecer flexibilidade, definir metas possíveis de serem cumpridas, respeitar as características individuais e não descuidar da parte física são apenas algumas dessas soluções – leia mais em nosso post sobre o assunto.

Soluções em SST

Pensar no bem-estar dos trabalhadores não é só uma questão de valorização profissional, mas também de melhoria dos indicadores da empresa. E tudo isso começa com um programa bem estruturado de Segurança e Saúde do Trabalho. A Ocupacional possui a experiência que a sua empresa precisa para crescer. Faça contato e veja como podemos te ajudar!

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